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UFPA perde o pesquisador Horacio Schneider

  • Publicado: Quinta, 27 de Setembro de 2018, 14h52

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A comunidade científica amanheceu de luto nesta quinta-feira, dia 27 de setembro. O pesquisador e professor da Universidade Federal do Pará Horacio Schneider faleceu aos 70 anos de idade. Ele estava em Fortaleza, onde fazia um tratamento e faleceu na madrugada de hoje. O traslado para Belém ocorrerá na madrugada desta sexta-feira, dia 28, e o velório será a partir das 9h, no Memorial Max Domini, localizado na avenida José Bonifácio, 1550. A Reitoria da UFPA manifestou seu profundo pesar aos familiares e aos amigos e determinou luto oficial de três dias na Instituição.

Uma das mais expressivas lideranças acadêmicas e científicas da Amazônia e do País, o professor Horacio Schneider exerceu diversas funções na UFPA, incluindo as de reitor em exercício, vice-reitor, pró-reitor de Planejamento e diretor do Instituto de Estudos Costeiros do Campus de Bragança, sempre acumulando o respeito e o carinho de toda a comunidade. Na atual gestão, exerceu a função de pró-reitor de Relações Internacionais e colaborou com diversos projetos estruturantes para a UFPA.

Foto Alexandre Yuri 04“A Universidade Federal do Pará perdeu uma de suas maiores lideranças, um pesquisador de competência ímpar e uma pessoa inteligente, corajosa e com especial sensibilidade para os problemas do País. Gostava da ciência como gostava de poesia. Tinha a confiança de seus pares, porque olhava sempre para os interesses coletivos. Com os amigos, era sempre generoso e inspirador. Estamos todos muito tristes com esta perda irreparável”, declarou o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho.

A professora Jane Beltrão ressaltou o legado que Horacio deixa para a comunidade acadêmica. “Ele será lembrado sempre como cientista de boa cepa, importante para nós que compomos a UFPA, para a Amazônia e para o mundo. Comprometido com o progresso da ciência, importante por suas iniciativas, jamais esmorecia em momentos de dificuldade, fossem elas de ordem administrativas ou políticas”, declarou a professora Jane Beltrão.

O Diretório Central de Estudantes da UFPA lamentou a morte do pesquisador e, em nota, afirmou: “É uma perda incomensurável para a ciência no Brasil, mas temos em Horacio a inspiração para seguir lutando em defesa de um projeto de universidade que incentive a pesquisa e a extensão e abra fronteiras para meninos e meninas que tomam para si a mesma luta de Schneider. Nossas condolências aos amigos e aos familiares e um agradecimento profundo a Horacio Schneider por sua vida dedicada à ciência e à UFPA”.

A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) também decretou luto de três dias na instituição e, em nota, destacou a atuação de Schneider em defesa da educação, da ciência e da justiça social. “Sua trajetória acadêmica fica como exemplo de dedicação, empenho e profundo legado da UFPA para a ciência brasileira e internacional. No âmbito pessoal, perdemos uma pessoa amável e gentil”. O Instituto de Estudos Costeiros da UFPA Bragança, no qual o professor Horácio Schneider era lotado, também emitiu uma nota oficial lamentando a perda.

Noruega 2A direção geral do Núcleo de Teoria do Comportamento da UFPA prestou condolências aos familiares e aos amigos do professor. “Seja como docente de reconhecida competência, seja como pesquisador com publicações de relevância nacional e internacional, seja como vice-reitor por dois prolíferos mandatos, seja, ainda, como grande expoente da interiorização desta instituição, gostaríamos de reconhecer a importante contribuição para a comunidade acadêmica”.

Horacio Schneider nasceu no dia 15 de maio de 1948, na cidade de São Paulo (SP). Em Belém, graduou-se em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e fez mestrado e doutorado em Genética e Biologia Molecular pelo Departamento de Genética na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-doutorado pela Universidade de Stanford (EUA).

Bolsista de Produtividade em Pesquisa nível 1B do CNPq e professor titular do Instituto de Estudos Costeiros do Campus de Bragança da UFPA, formou várias gerações de pesquisadores e contribuiu para a formação de novos grupos de pesquisa em instituições da Amazônia.

O mais recente trabalho de Horacio Schneider foi a publicação da nova edição do livro Métodos de Análise Filogenética, lançada em março deste ano, pela Chiado Editora. Ao longo de sua carreira acadêmica, publicou mais de 150 artigos científicos em revistas de circulação nacional e internacional, vários capítulos de livros, três livros em editoras nacionais e um livro sobre Mangrove Dynamics and Management in North Brazil, publicado pela Springer Verlag. Sua área de pesquisa principal era ligada à Evolução de Vertebrados em Geral e dos Primatas do Novo Mundo em particular, usando abordagem molecular, assim como no estudo da Genética de Populações animais e métodos de análise filogenética.

Horácio Schneider Foto Alexandre MoraesReconhecimento internacional - Horacio Schneider participou de várias sociedades científicas brasileiras e internacionais. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia e presidente da Sociedade Brasileira de Genética, membro do comitê assessor do CNPq, vice-presidente da CTNBio, membro do Comitê Gestor do Programa Prosul e membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

Também coordenou convênios de cooperação internacional como o do CNPq-Fundação Nacional de Ciências (NSF-USA), juntamente com Dr. Morris Goodman, da Universidade Estadual de Wayne (WSU-Detroit, Mi, USA); o Programa Instituto do Milênio do MCT/PADCT/CNPq e o Programa MADAM (Manejo e Dinâmica em Áreas de Manguezais) firmado entre Brasil e Alemanha.

Entre seus pares, recebeu diversas homenagens, incluindo a Comenda da Ordem do Mérito Científico Nacional e a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Científico Nacional. Foi membro da Corpam, na qualidade de representante dos pesquisadores com notório saber sobre a Amazônia, e representante da comunidade científica Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), além de titular do conselho do Pronabio e suplente do Conselho da Biomazônia.

Em 2016, quando permaneceu na função de reitor até a nomeação de uma nova gestão, em entrevista ao Jornal Beira do Rio, professor Horacio Schneider fez uma análise sobre a sua gestão. Confira aqui.

Texto: Assessoria de Comunicação da UFPA         

Fotos: Alexandre de Moraes e Alexandre Yuri      

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