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Diversas atividades marcaram a celebração da Semana do Meio Ambiente/2019 na UFPA

  • Publicado: Terça, 11 de Junho de 2019, 15h56

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Oficinas, painéis temáticos e show cultural fizeram parte da Semana do Meio Ambiente/2019, que este ano dialogou com a sociedade sobre o tema "Gestão Ambiental no Pará: Desenvolvendo Territórios Sustentáveis”. O evento promovido pelo Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (NUMA/UFPA) e pela Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS) foi realizado no período de 3 a 7 de junho na UFPA.

Uma oficina de Coletores de Resíduos Sólidos e uma de Compostagem Doméstica deram início à programação nos dias 3 e 4. Essas atividades contaram com o apoio logístico do Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA- GEDAF) e foram pensadas para contribuir com a diminuição dos resíduos sólidos nos lixões, apoiar as cooperativas de catadores e diminuir os impactos no meio ambiente, no que se refere à contaminação do solo, da água e do ar e à saúde da população.

373x212 Semana do meio ambiente 2019 1No dia 05 de junho, ocorreu a mesa de abertura oficial da programação, com a presença do reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, Secretário da SEMAS, Mauro O’de Almeida, Diretor do NUMA, Gilberto de Miranda Rocha e representante do Ideflor-Bio, Julio Meyer.

"Hoje a questão do meio ambiente tem uma complexidade que não pode ser enfrentada só com boa-vontade ou só com decisão política. O conhecimento é uma ferramenta indispensável. Por isso, a interação da academia com entes governamentais é fundamental para a construção de soluções para os problemas graves que enfrentamos, que se refletem não apenas nos centros urbanos, mas também em cada canto desta região", ressaltou o reitor.

Na ocasião, a mesa apresentou as dificuldades e perspectivas da gestão ambiental de cada Instituição, além das possibilidades de parcerias para os enfrentamentos acerca da gestão ambiental no estado. “O evento foi uma grande oportunidade para o aprofundamento do diálogo entre a academia e a gestão pública, em favor de tornar a sociedade mais sustentável”, pontuou Gilberto Rocha. 

Painéis temáticos - No primeiro painel do dia, as professoras Maria do Socorro Flores (NUMA/UFPA), Maximira Costa da Silva (SEMAS) e Rosa Maria de Luz Mendes (SEMAS) dialogaram sobre o "Ordenamento, regularização e municipalização da gestão ambiental".

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A tarde seguiu com a apresentação dos painéis "Barragens de rejeitos de mineração no Pará e na Amazônia: cenários e desafios", com a participação de Rodolpho Zahluth Bastos (SEMAS), Shirley Prata (SEMAS), Dianne Fonseca (CPRM) e André Farias (UFPA), e a sequência "Populações Tradicionais: saberes locais e desenvolvimento sustentável", em memória ao professor Sérgio Cardoso de Moraes,  com a presença de Otávio do Canto (UFPA), Lourdes Gonçalves Furtado (MPEG) e Júlio Meyer (Idelfror-Bio).

“A Semana do Meio Ambiente NUMA/SEMAS foi um espaço excelente para as discussões sobre o meio ambiente, sobretudo pelos temas recorrentes na atualidade. Esta foi uma ótima oportunidade para a ampliação da visão sobre a Educação Ambiental, tema importantíssimo para nós nos empoderarmos com o compromisso de contribuir com o meio ambiente”, ressaltou Charles Cardoso, Diretor Geral do Instituto Lá no Mangue, do município de Curuçá, que participou do evento.

Mudanças climáticas e influências nas águas esteve entre os temas debatidos no dia 06. A Secretária-Adjunta de Recursos Hídricos e Clima, da Semas, Lilian Haber, avalia que a Amazônia, por não ser um local de clima homogêneo, precisa de um trabalho conjunto. “Um estado forte é feito pela coletividade, poder público e sociedade. Não é uma questão só da Semas, passa por várias áreas, pelo valor econômico: agricultura, indústrias e outras atividades produtivas. Pretendemos acordos multilaterais”, disse.

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O geólogo Norbert Fenzl, professor do NUMA/UFPA, explicou que as mudanças climáticas são consequências do modelo econômico existente. “Em princípio, não temos mudanças climáticas na Amazônia. Ainda estamos no mesmo clima e dentro desse clima há variações climáticas, não podemos confundir essa terminologia. Essas queimadas são atividades econômicas. O que está atrás disso é um modelo econômico de ocupação da Amazônia. Isso que gera todos esses problemas que nós estamos vivendo e em última instância pode ter influência no clima”, comentou o professor.

Educação Ambiental - No dia 7, terceiro e último dia dos painéis, o professor e ambientalista Marcos Sorrentino, da Universidade de São Paulo (USP), abordou os instrumentos da política pública nacional que podem ser trazidos para o Pará, e levar o projeto político da Educação Ambiental a cada um dos 144 municípios. "É preciso refletir a Educação, de maneira geral, como cultural. Mudança permanente de cultura. Não jogar lixo no chão e outros comportamentos positivos são bons exemplos", apontou.

Para o técnico da Diretoria de Ordenamento, Educação e Descentralização da Gestão Ambiental da Semas, Lucivaldo Pontes, é necessário “pensar Educação Ambiental a longo prazo, projetar as futuras gerações. Planejar desde a Educação Básica, e também a Educação Superior. Um território em bases sustentáveis é manter o equilíbrio entre o meio ecológico com o social e o econômico", destacou.

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Gestão hídrica - Pela tarde o professor Ronaldo Mendes (NUMA), a professora Aline Meiguins, e Luis Mello da Agencia Nacional de Águas apresentaram o painel sobre bacias hidrográficas como unidade de planejamento na gestão hídrica. Foi unânime a defesa do comitê de bacias como o melhor instrumento para a gestão dos recursos hídricos, bem como a atuação conjunta da sociedade civil, do poder público e da academia no sentido de conciliação de forças na implementação dos comitês e execução efetiva da política pública.

Uma das problemáticas em que os comitês podem contribuir com a sociedade foi mostrada pela professora Aline Miguins, ao ressaltar que “no processo de ocupação urbana de Belém, nas áreas de tendências a ocorrência ao alagamento, o conflito social é inerente, e nessa situação, os comitês conseguem discutir o nível de intervenções físicas necessário. De maneira geral, o plano de bacias é o instrumento para minimizar isso, ele é o melhor instrumento, porque ele permite um diálogo ao nível mais focado, mais delimitado dentro da unidade”.

No último painel, Roberta Tillmann e Gabriel Hiromite Yoshino, servidores da UFPA, mostraram as ações institucionais para o alcance da sustentabilidade, deram destaque à agenda de compras sustentável e às práticas sustentáveis dentro dos Institutos. O encerramento foi marcado pelo clima de confraternização em entre os participantes ao som de Ilma Maria, Mestre Solano e do grupo de carimbó Flor do Pará.

Texto e fotos: Divulgação NUMA

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