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Projeto Avenida Perimetral da Ciência leva cor e beleza aos bairros Guamá, Terra Firme e Marco

  • Publicado: Sexta, 13 de Dezembro de 2019, 11h05

10.12.2019 Canteiro Sustentável Foto Alexandre Moraes alexftgf 3

A cena é comum: apesar da coleta pública de resíduos, sacos com lixo doméstico são facilmente despejados em espaço público e rasgados por animais de rua — o lixo se espalha, o que estimula outras pessoas a fazerem descartes inapropriados em áreas que acabam se tornando pequenos “lixões”, onde deveriam existir calçadas e canteiros. Mas quem vem para a UFPA pela avenida Perimetral, seja de ônibus, carro, moto, bicicleta, seja a pé, já deve ter reparado que algo vem mudando na paisagem.

Pequenos jardins estão surgindo em canteiros que antes eram lugares de acúmulo de lixo. O Projeto Interinstitucional “Avenida Perimetral da Ciência: caminhos para a sustentabilidade”, coordenado pela professora Maria Ludetana Araújo, do Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental na Amazônia (Geamaz), pertencente ao Instituto de Ciências da Educação (ICED/UFPA), é um dos responsáveis por essas mudanças.

Os caminhos do projeto começam no início da avenida Perimetral com a rua Augusto Correa, atravessando os bairros Guamá, Terra Firme e Marco, todos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, apesar da presença das instituições científicas parceiras, como UFPA (GEAM/NAEA e Gemas/ICSA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade do Estado do Pará (UEPA), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), entre outras, ao longo de toda essa extensão.

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Agora, onde havia apenas lixo, vemos mudas de plantas, arranjos verdes feitos com pneus e outros materiais recicláveis, montados por alunos de Agronomia e Engenharia Florestal da UFRA. Tudo isso é resultado de um intenso trabalho de conscientização e Educação Ambiental, que inclui também visitas aos moradores da área feitas pelas equipes da UFPA para orientações sobre meio ambiente, educação e ciências socioambientais.

Segundo explica a professora Ludetana Araújo, “os Caminhos Ecológicos se apresentam como uma possibilidade de tornar o conhecimento ambiental pertinente, contextualizado e real. O contato com a natureza física é o elemento motivador para dar encanto e interesse pela atividade desenvolvida. Sua preocupação básica centra-se na melhor maneira de conduzir as atividades de Educação Ambiental, de forma a alcançar finalidades educativas, por meio de experiências práticas com as instituições e comunidades parceiras”.

O projeto visa não somente disseminar informações/conhecimentos, mas também propiciar a realização de atividades que revelem os significados e as características do ambiente por meio do uso dos elementos originais, por experiência direta (Oficinas de Empoderamento da Comunidade) e por meios ilustrativos, como atividades de Educação Ambiental ao ar livre, fundamentando-se em temas socioambientais com metodologias que esclareçam os conceitos, os significados técnicos e científicos, especialmente amazônicos, para se cuidar do ambiente.

10.12.2019 Canteiro Sustentável Foto Alexandre Moraes alexftgf 6Parcerias - São parceiros do projeto, além da UFRA, o MPEG, o CPRM, a Embrapa, a Universidade do Estado do Pará (UEPA), a Escola de Aplicação da UFPA, a Eletronorte, o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), o Grupo de Estudos em Educação, Meio Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (ETRB), os Centros Acadêmicos das Instituições de Ensino Superior (IES), as Associações Comunitárias e a Associação Brasil SGI.

“Juntos, queremos estimular a proteção e a conservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população, adequando as normas do bem viver às determinações do Art.225 da Constituição Federal de 1988 - Todos têm direitos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo  e preservá-lo para as presentes e futuras gerações — de maneira a empoderar a comunidade e demais participantes com informações, conhecimentos e estratégias, a fim de proteger e manter o ambiente limpo e preservado para a melhoria da qualidade de vida de seus moradores”, sintetiza a professora Maria Ludetana.

10.12.2019 Canteiro Sustentável Foto Alexandre Moraes alexftgf 9Objetivos - O projeto prevê, ainda, realizar atividades específicas sobre solo, fauna, flora regional existente no entorno da avenida Perimetral; incentivar a criação junto com a comunidade de hortas, produção de mudas, arborização, calçadas e quintais ecológicos; realizar palestras e campanhas educativas sobre reaproveitamento de resíduos sólidos, coleta seletiva, saneamento básico, reciclagem e ética ambiental envolvendo a comunidade; criar um “ecoponto” de coleta seletiva como estratégia da gestão integrada de resíduos sólidos; tornar todo o percurso do “Avenida Perimetral da Ciência” mais agradável e mais arborizado, estimulando o significado de pertencimento local, entre outros.

Todas essas ações serão colocadas em prática até outubro de 2021 por meio de formações em gestão ambiental, oficinas de tecnologias sustentáveis de aproveitamento de resíduos, oficinas de percepção ambiental (fotografia), elaboração de jogos educativos lúdico-pedagógicos, manifestações culturais que envolvam teatro, música e literatura, além de ações de ecoturismo por meio da realização de trilhas interpretativas urbanas ao longo da avenida.

10.12.2019 Canteiro Sustentável Foto Alexandre Moraes alexftgf 4Nova realidade – A estudante da UFPA Ingrid Souza é moradora da Terra Firme há 21 anos, bairro onde nasceu e cresceu. Segundo ela, após o início do projeto, a Terra Firme vive outra realidade. “Muitas foram as mudanças. Antes os próprios vizinhos do entorno jogavam lixo na avenida. Desde que criaram os jardins, não se vê mais ninguém deixando sacos de lixo por lá”, conta. Outra mudança que ela enumera é a beleza que o jardim trouxe ao lugar, “e tudo feito com coisas simples, como pneus, garrafas PETS, entre outros materiais reutilizáveis”.

“Antes, nesse local, além de jogarem lixo doméstico, eram jogados eletrodomésticos que não funcionavam mais, animais mortos. Queimavam madeiras velhas, já estava se tornando um lixão. O projeto foi uma iniciativa muito boa, e creio que, a partir dessa iniciativa, as pessoas irão se influenciar a cuidar mais do nosso bairro. Já podemos ver, não só na avenida, mas em quase todas as ruas da Terra Firme, as pessoas tendo esse maior cuidado, e tudo foi através do exemplo que, juntos, universitários e comunidade trouxeram para os demais moradores do bairro”, conclui.

O projeto pretende, também, futuramente, envolver moradores da rua Augusto Correa e servidores em atividades que possam tornar possível a criação de jardins nas áreas em frente aos portões principais da maior Universidade da Amazônia, tornando-a referência em gestão, educação e preservação ambiental em seu entorno.

Texto: Jéssica Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre de Moraes

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