Familiares de internados com Covid-19 no Barros Barreto recebem boletim médico por videochamada para evitar contaminação

Com a pandemia de Covid-19, as instituições hospitalares têm se adapatdo à nova rotina decorrente da necessidade do isolamento, e a tecnologia tem sido grande aliada em diversas situações. Uma delas é quando a equipe precisa informar aos familiares sobre o estado de saúde do paciente, o que geralmente ocorre de forma presencial, mas se tornou inviável durante a pandemia. Pensando nisso, o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) criou um mecanismo de boletim médico por videochamada para atualizar os entes mais próximos sobre o estado dos pacientes internados no hospital. 

Para evitar a contaminação, os familiares não precisam nem entrar no hospital. A videochamada é feita em uma sala localizada na portaria do Barros Barreto, na qual foi montada uma estrutura para que médico, familiar e um psicólogo da Unidade de Atenção Psicossocial possam ver e ouvir uns aos outros para receber o boletim médico, tal como ocorreria presencialmente. O médico, que está dentro do prédio da Unidade de Atendimento à Covid-19 (UAC_19), conversa com o familiar, tira dúvidas, e o psicólogo presta o apoio presencial.  

A ideia surgiu diante da necessidade de diminuir a circulação de pessoas dentro do HUJBB e, principalmente, de trabalhadores  que estão atendendo na UAC-19, em que profissionais da saúde só podem entrar em contato com o paciente diagnosticado em horários específicos pré-estabelecidos. “Tivemos que encontrar ferramentas para diminuir os riscos de contaminação, mas também para oferecer conforto para quem está aguardando notícias de um ente querido dentro da UAC-19”, afirma Rodrigo Rezende, chefe do Setor de Gestão da Informação e Informática do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA)/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Como funciona - Quando alguém é internado no hospital, um dos parentes faz um cadastro no sistema do HUJBB - de preferência alguém que não tenha tido contato com o caso confirmado - para ser o contato da equipe médica com a família. No horário habitual do boletim médico, o familiar se dirige ao hospital  e, com um assistente social, recebe o boletim médico em uma sala com equipamentos eletrônicos, como webcam e fone de ouvido, da qual se realiza uma videochamada para o médico que está no isolamento da UAC-19. Tanto o médico quanto o familiar e o psicólogo usam toucas, máscaras cirúrgicas, e, ao final de cada atendimento, os equipamentos são higienizados com álcool 70%, tudo fornecido pela instituição hospitalar.

“Antes do familiar entrar na sala, o psicólogo já dá algumas orientações sobre como conversar com o médico, nós ouvimos o boletim junto com a pessoa e, caso haja alguma intercorrência emocional, nós estamos lá para atender”, afirma a psicóloga Luciana Castello, da Unidade de Atenção Psicossocial do Barros Barreto.  “É um momento muito delicado, em que pode haver uma notícia boa ou ruim, por isso é importante que o psicólogo esteja próximo ao ente querido do paciente para prestar o apoio necessário”, conclui a psicóloga.

Referência - "Sendo o Barros Barreto uma referência no atendimento e tratamento da Covid-19, estamos sempre buscando formas de melhorar e humanizar a assistência aos nossos pacientes e seus familiares, neste momento delicado da saúde pública ”, ressalta a dra. Regina Feio, superintendente do Complexo Hospitalar. “Com o apoio da Universidade Federal do Pará e da Rede Ebserh, conseguirmos realizar mais uma iniciativa de humanização que pode fazer a diferença para essas pessoas durante um momento tão delicado, que necessita de empatia e solidariedade", ressalta a gestora. 

Outras iniciativas de humanização também acontecem simultaneamente no HUJBB, que são a central telefônica para atendimento psicológico à população (98389-0147) e aos profissionais do Complexo Hospitalar Universitário (98761-7233), além de outro número de telefone para tirar dúvidas sobre a Covid-19 e orientar sobre medidas de prevenção (98468-0304 e  98936-1105). Há ainda, sob a coordenação da UFPA, uma campanha para arrecadação de donativos para compra de insumos hospitalares, com o objetivo de evitar o desabastecimento dos hospitais universitários. 

Sobre a Ebserh - Vinculada ao Ministério da Educação, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) atua na gestão de hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

A empresa, criada em dezembro de 2011, administra atualmente 40 hospitais e é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações em todas as unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh. O Complexo Hospitalar da UFPA integra a Rede Ebserh desde outubro de 2015.

Texto: Giullia Moreira e Paola Caracciolo - Ascom do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh
Foto: Rita Medeiros