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Instituições de Ensino Superior e entidades científicas se mobilizam em defesa da Ciência

  • Publicado: Quarta, 20 de Outubro de 2021, 16h28

Todos Pela Ciência

A Universidade Federal do Pará participou das discussões que marcaram o Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Ciência, 15 de outubro. Nesta data, entidades científicas e universidades denunciaram os cortes orçamentários impostos nas áreas de Ciência e Tecnologia e de Educação Superior do país. Os últimos cortes chegam a 600 milhões de reais, recursos que seriam destinados ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A sexta-feira, data em que também foi celebrado o Dia dos(as) Professores(as), foi de intensos debates, com programações promovidas pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), pela Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), entre outras iniciativas.

A live da Andifes sobre o financiamento da Ciência e Tecnologia no Brasil teve participação do reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho; do presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Ferreira Vilela; do presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Odir Antônio Dellagostin; da presidenta da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Flávia Calé; do reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan; do reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles; e do reitor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Valder Steffen. O presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus David, foi quem mediou as discussões. 

O presidente do CNPq, Evaldo Vilela, falou sobre a importância estratégica do Conselho - que completa 70 anos em 2021 - para a pesquisa científica no país. Ele demonstrou o histórico de investimentos no setor desde o ano de 2014, quando o orçamento foi de R$3.467 bilhões, reduzindo drasticamente para R$1.447 bilhão em 2021. Também apontou que, apesar de todos os esforços que, inclusive, resultaram na liberação de fundos que não foram entregues, a instituição persiste na defesa pela “descontigenciação do contingenciamento”. Mesmo diante dos cortes, ainda mantém, em 2021, R$ 1.136 bilhão, comparado aos R$ 2.572  bilhões de bolsas empenhadas em 2014. “É o futuro que está sendo afetado”, afirmou.

Odir Delagostin, representando as agências de fomento, mostrou que, apesar da crise, houve crescimento na produção científica em número de artigos publicados em revistas indexadas, estando o Brasil na 13ª colocação mundial em ranking internacional, o que, por sua vez, demonstra que houve crescimento da pós-graduação brasileira e que, por isso, os cortes orçamentários vêm na contramão dos avanços alcançados na área.

Em nome da Associação de Pós-Graduandos, Flávia Calé destacou que a tarefa é resistir, buscando formas de reverter a situação por meio de mobilizações da comunidade científica que possam mover ações parlamentares em favor das instituições científicas. Ela ressaltou, ainda, que mais da metade dos(as) pós-graduandos(as) brasileiros(as) atuam sem fomento ou realizam a pesquisa em condição híbrida, por não conseguirem se manter sem renda fixa. 

Os reitores das universidades participantes fizeram coro quanto à gravidade da situação e quanto aos sinais de que os cortes continuados sinalizam que o desmonte da Ciência no país é um projeto em curso. O reitor Emmanuel Tourinho, que atualmente representa a Andifes no Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, disse que é importante que as instituições se unam em favor da Ciência e da Tecnologia, com atenção especial para três questões: “Primeiro, devemos informar a sociedade sobre o cenário que as universidades públicas estão vivendo, além de sensibilizar o Congresso Nacional, a fim de que o desejo da sociedade tenha impacto nas políticas públicas. Segundo, precisamos demonstrar os efeitos dramáticos das medidas que estão sendo tomadas para a vida dos jovens que estão investindo na carreira científica e o quanto isso compromete o futuro do país. E terceiro, não podemos aceitar a paralisação da avaliação da pós-graduação brasileira pela Capes, que coloca em risco tudo que já foi construído pela nação nesse setor”.

Amazônia – No debate organizado pela Academia Brasileira de Ciências, a discussão girou em torno do impacto dos cortes em C&T e Educação para o Brasil e, em particular, para a Amazônia. A mesa-redonda foi coordenada pelo vice-presidente da ABC para a Região Norte, Adalberto Val (Inpa), com as participações do reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho; Sanderson de Oliveira (UFAM e SBPC), Camila Ribas (Inpa) e Alfredo Lopes (escritor e filósofo).

Em sua fala, Emmanuel Tourinho destacou que os investimentos em Ciência e Tecnologia na Amazônia são ainda mais recentes e limitados do que nas demais regiões e que os cortes acarretarão prejuízos ainda maiores para a estrutura de Ciência e Tecnologia estabelecida na região. “Convivemos, há décadas, com assimetrias na distribuição dos recursos nacionais para a Ciência e não há políticas concretas para reverter essa situação. Precisamos que se materialize a prioridade de investimentos para o desenvolvimento científico da região, de modo que se produza Ciência na e sobre a Amazônia”, avalia.

Camila Ribas, que atua na Coordenação de Biodiversidade e no Programa de Coleções Científicas Biológicas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), no qual é curadora da Coleção de Recursos Genéticos e vice-curadora da Coleção de Aves, disse que a Ciência como um todo está ameaçada com o corte de recursos e em especial a produzida na Amazônia, sendo que os cortes de agora resultam também no desperdício de tudo que já foi investido, uma vez que a falta de incentivo provoca o que se tem chamado de “êxodo de pesquisadores”, seja da Região Norte, seja do Brasil, quando, na verdade, a conservação e a produção de Ciência na e sobre a Amazônia deveriam ser de interesse coletivo.

Os debates estão disponíveis no YouTube. Acesse pelos links abaixo:

Live ABC “Qual o impacto dos cortes em C&T e Educação para o Brasil e, em particular, para a Amazônia

Live “Andifes em defesa do financiamento da Ciência e Tecnologia”

Evaldo Ferreira Vilela - Presidente do CNPq

Odir Antônio Dellagostin - Presidente do CONFAP

Flávia Calé - Presidente da ANPG

Vahan Agopyan - Reitor da USP

João Carlos Salles - Reitor da UFBA

Emmanuel Tourinho - Reitor da UFPA

Valder Steffen - Reitor da UFU

Texto: Jéssica Souza - Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA
Arte: Texto: Assessoria de Comunicação Institucional da UFPA

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