Ir direto para menu de acessibilidade.

Seletor idioma

ptenes

Opções de acessibilidade

Página inicial > Ultimas Notícias > Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária levanta discussões sobre os movimentos sociais do campo
Início do conteúdo da página

Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária levanta discussões sobre os movimentos sociais do campo

  • Publicado: Terça, 24 de Abril de 2018, 14h39

Reforma agrária

Com o objetivo de fortalecer a memória das lutas e resistências camponesas no Brasil, ocorrerá, entre os dias 25 e 28 de abril, a III JURA: Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária. A ação vai se dar em diversas instituições de ensino superior do Estado, entre elas a UFPA. A participação é gratuita e a programação pode ser conferida aqui.

O evento é voltado para docentes; estudantes; servidores das universidades; lideranças de movimentos, organizações sociais e sindicais do campo e da cidade e também de organizações públicas e não governamentais; como também para qualquer pessoa interessada na temática da ação. Durante a jornada, haverá palestras, mesas-redondas, debates, exposições e atividades culturais (programação completa de Belém e Cametá).

O professor Salomão Hage, um dos integrantes da coordenação da JURA 2018, explica que a jornada é uma ação em que os movimentos sociais camponeses ocupam as universidades públicas do Brasil. “Esse espaço tem sido disputado pelos povos e pelas comunidades tradicionais e camponesas para contribuir com o reconhecimento da importância das lutas pela reforma agrária como estratégia para fortalecer um projeto anticapitalista de sociedade”, afirma o professor.

Ação Multicampi - A JURA 2018 também ocorre em múltiplos campus universitários da UFPA, UEPA e IFPA. No Campus Universitário do Tocantins – UFPA/Cametá, a Jornada Universitária em defesa da Reforma Agrária ocorrerá nos dias 25 e 26 de abril, com uma programação voltada especificamente para a realidade da região, além de oficinas e minicursos com temáticas diversificadas.

 A ação visa ampliar o diálogo entre os movimentos sociais, a universidade, as escolas do campo e a sociedade civil, para traçar estratégias de enfrentamento aos desafios na educação do campo, de demarcação de terras de acampados, povos e comunidades tradicionais, de produção de alimentos saudáveis e de construção de um projeto popular para o Brasil.

Este ano, a jornada também contará com um dia de Vivência de Campo que ocorrerá no Assentamento João Batista, de Castanhal, a fim de conhecer e afirmar práticas produtivas de base agroecológica protagonizadas pelos camponeses como expressão da materialização da reforma agrária. Haverá uma lista de inscrição que circulará durante a programação da JURA. Será cobrada uma taxa de R$20,00 para as despesas com almoço no assentamento.

Campanha Nacional - Durante as JURAs, serão arrecadados livros para serem entregues às crianças durante o I Encontro Nacional das Crianças sem Terrinha, que será em Brasília, entre 21 e 24 de maio. Haverá um posto de coleta no local de cada programação. O encontro pretende reunir 1000 participantes e a meta da campanha é de entregar quatro livros para cada criança, devendo conseguir arrecadar 4000 livros.

Importância da ação - As JURAs são realizadas durante o mês de abril, quando ocorreu o massacre de Eldorado de Carajás, em 1996, como parte das atividades de luta que integram o "Abril Vermelho", protagonizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O professor Salomão Hage aponta que as ações buscam chamar atenção para os acontecimentos no campo, como: massacres, chacinas e morte de camponeses e lideranças de povos tradicionais; criminalização dos movimentos sociais e extermínio de defensores de direitos humanos; depredação da natureza com aumento do desmatamento e uso abusivo de insumos químicos e agrotóxicos; além da expulsão dos povos do campo de seus territórios.

“A jornada também é importante para celebrar a vida, a resistência e as conquistas das lutas camponesas e dos povos tradicionais no Brasil, que, por meio de suas práticas de trabalho e culturais, alimentam a população brasileira, material e simbolicamente, fortalecendo os processos de construção de uma sociedade igualitária, que valoriza as diferenças e defende a natureza e os seres humanos contra as investidas dos processos de mercantilização da vida e da sociedade”, declara o professor.

Resultados - As edições da JURA vêm contribuindo para levantar o diálogo sobre as questões relacionadas aos movimentos camponeses, seu reconhecimento social e sua inserção no meio acadêmico. Como resultado, as ações têm ganhado mais espaço e continuam a ocorrer.

“As universidades públicas se sensibilizam cada vez mais para acolher os povos e as comunidades tradicionais e camponesas em seus cursos, eventos, estudos e projetos e, ao mesmo tempo, têm incorporado suas demandas e seus saberes com referência para a democratização da educação superior”, conclui o professor Salomão Hage.

Texto: Matheus Luz – Assessoria de Comunicação da UFPA
Arte: Reprodução / Google

registrado em:
Fim do conteúdo da página