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Vida presencial e ciberespaço se cruzam na busca por um relacionamento

  • Publicado: Segunda, 11 de Junho de 2018, 15h04

Its a Match

Aplicativos de paquera estão em alta e o Tinder é um dos mais utilizados para quem está atrás de relacionamentos amorosos. Mas é possível se apaixonar ou manter algo que se iniciou nesses meios de paquera? A pesquisadora Kalynka Cruz, professora da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal do Pará (UFPA) e especialista em Educação e novas Tecnologias, explica as novas oportunidades que surgiram para o amor por meio do ciberespaço.

Seduzido e atraído pela imagem - Para a pesquisadora, os aplicativos não são diferentes da vida real. As interações e fatores considerados na hora da paquera virtual são similares. Ela explica que é normal se sentir seduzido e atraído pela imagem e forma física e só depois conhecer e se aproximar da pessoa, o que pode ou não, levar a um possível relacionamento. Mas também ressalta que as pessoas não se aproximam apenas pela imagem, mas porque buscam similaridade e compreensão.

“O Tinder não é diferente de estar paquerando em um bar, em uma festa ou boate. Apesar de mostrar cruamente um caráter da sedução pela imagem - potencializado pela iconicidade das redes - ele é, no entanto, uma reprodução do processo de sedução do mundo real. Depois, presencialmente, tomam importância as outras questões como o cheiro, o toque, a sedução pelas idiossincrasias. Nesses aplicativos, a timidez é deixada um pouco de lado, pois ambas pessoas estão interessadas”, comenta a professora Kalynka Cruz.

No Tinder a interação se inicia pelo “like”, se o interesse for recíproco, ocorre em seguida o “match”: a combinação dos likes que permite que os usuários conversem por um bate-papo. Só então é possível marcar encontros. Francisco Neto e Everton Assis são estudantes de comunicação que se conheceram pelo aplicativo e estão juntos há três anos. “Inicialmente, no Tinder, para dar match, a aparência acaba sendo o primeiro fator que chama atenção. Mas depois, pela conversa, vi que que meu namorado era uma pessoa bacana”, lembra Francisco.

Somos inteiros e não “metades” - Kalynka Cruz comenta que muitas pessoas ainda estão presas ao mito da esfera que diz que somos incompletos sem “a outra metade”. “Isso acaba trazendo infelicidade, pois as pessoas alimentam o mito de que o amor é para sempre, de que se não deu certo com alguém não irá dar com mais ninguém.”

De acordo com a pesquisadora da UFPA, o ciberespaço tende a relativizar esse mito. “Antes, as relações se limitavam geograficamente. As pessoas se relacionavam apenas com pessoas na sociedade ou comunidade em que viviam. Então, a ideia que prevalecia era a de que uma pessoa tinha apenas um amor de sua vida e de que jamais encontraria outra igual. O ciberespaço e as novas mídias trouxeram a possibilidade de ver que existe muita gente especial no mundo. A história de que existe uma única metade da laranja deixar de ser verdadeira”, pontua a professora.

Texto: Vagner Mendes – Assessoria de Comunicação da UFPA
Foto: Reprodução

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